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Eventos políticos exigem prêmio adicional, mas isso já está embutido nos ativos brasileiros, diz Vontobel
Embora um prêmio de risco adicional nos ativos brasileiros seja esperado diante da possibilidade de um nível maior de polarização política, que poderia afetar a governabilidade do país, esse prêmio adicional já está presente nos mercados domésticos e é “bastante alto” para os padrões dos mercados emergentes. A avaliação é de Thierry Larose, gestor de renda fixa de mercados emergentes da gestora suíça Vontobel Asset Management, que tem cerca de US$ 124 bilhões em ativos sob gestão.
“Acreditamos que esses eventos provavelmente irão induzir um maior grau de polarização política, que pode, no pior dos casos, afetar a governabilidade do país, caso o clima social ou econômico se deteriore significativamente. Isso pode acabar se traduzindo em um prêmio de risco estruturalmente maior para os ativos brasileiros”, aponta Larose. Para ele, porém, esse prêmio de risco adicional “já está presente e é bastante alto” ao se observar o padrão de outros mercados emergentes, “especialmente nos juros locais (que embutem taxas reais ex-ante muito altas) e ações”.
Além disso, embora ressalte que a invasão aos prédios dos Três Poderes guarde semelhanças com a invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, em janeiro de 2021, o gestor observa que a condenação dos atos contrasta com o que foi visto no episódio americano.
“A condenação foi unânime em todo o espectro político, sem nenhum líder da oposição disposto a defender os vândalos. Nem o próprio [ex-presidente Jair] Bolsonaro se arriscou a reivindicar a ação deles, apesar de terem feito isso em seu nome”, diz Larose.
Na visão do profissional, embora a cautela deva permanecer nos próximos dias, “qualquer surto extremo de volatilidade deve ser visto como uma oportunidade, já que os investidores estrangeiros provavelmente ficarão tranquilos com a força da democracia brasileira e a capacidade de suas instituições de manter um nível adequado de lei e ordem”, afirma o gestor da Vontobel.
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